Pessoas ignorantes pensam que são mais inteligentes do que aqueles que realmente são. Existe uma justificativa para isso.
Você já ouviu a frase “quanto mais sei menos sei”? Parece um paradoxo, mas não é. Existe uma analogia muito interessante sobre o assunto que é atribuída a um famoso físico. Ela se chama os círculos do conhecimento. Antes de falar sobre o assunto, vamos contar uma história real sobre um assalto e um estudo científico realizado após esse evento.
Um caso real sobre ignorância
McArthur Weeler era um sujeito americano de 44 anos que invadiu dois bancos, em plena luz do dia, sem máscara, e foi capturado horas mais tarde. O ladrão afirmou que não usou nenhuma máscara porque tinha passado suco de limão no rosto, e esperava que isso o tornasse invisível para as câmeras de segurança.
Segundo Wheeler, os amigos o tinham ensinado esse truque e ele mesmo tinha verificado: aplicou suco de limão no rosto e logo em seguida tirou uma foto sua, comprovando que sua imagem não saía na tela. Porém, o próprio limão o impediu de ver que ele havia focado o teto, e não o seu rosto.
Um estudo científico sobre arrogância e ignorância
A partir do caso de McArthur Weeler, David Dunning e Justing Kruger, investigadores da Universidade de Cornell, realizaram uma investigação formal para responder à seguinte pergunta: pode um incompetente não ter consciência da sua própria incompetência?
Assim, organizaram um grupo de voluntários para realizar o experimento. Foi perguntado a cada participante o quão eficiente eles achavam que eram em três áreas: gramática, raciocínio lógico e humor. Após as perguntas, um teste foi aplicado para aferir a real competência dos participantes em cada um dos quesitos.
Os resultados mostraram que as pessoas que se auto definiram como “muito competentes” eram as que tinham as menores notas nos testes. Por outro lado, aqueles que tiraram as melhores notas não tinham se definido como muito competentes.
O círculo do conhecimento
Quando começamos a estudar alguma coisa, adquirimos algum conhecimento. Mas junto com este conhecimento, tomamos ciência de outros assuntos adjacentes àquela área que não dominamos ainda.
A figura abaixo ilustra a situação, onde a área azul mais clara representa o que sabemos e a mais escura o que, após adquirirmos conhecimento, sabemos que existe mas ainda não dominamos.
Qualquer coisa além da área azul mais clara está além da nossa ciência. Nem sabemos o que há lá, e se há algo. Com o tempo e continuando os estudos na área, naturalmente aumentamos nosso conhecimento. No entanto, consequentemente, a área que não dominamos também cresce, ficando maior que a anterior.
E a coisa só piora se, por acaso, nos interessamos por outra área de estudos e começamos a adquirir conhecimento nela. Neste caso, ficamos com a situação seguinte.
É fácil ver que não há saída. Quanto mais aumentamos a área azul mais clara, mais aumentamos também a mais escura. Isto é, quanto mais aprendermos, sendo em uma especialização ou diversificando nosso conhecimento, mais teremos ciência da infinidade de conhecimento que não possuímos. E assim vai.
Moral da história
É comum ver pessoas falando com autoridade sobre assuntos que conhecem apenas superficialmente. Por outro lado, é comum ver especialistas pouco categóricos sobre suas afirmações, com a consciência de que o conhecimento é vasto e é difícil ter certeza absoluta de algo.
Os organizadores do estudo citado acima perceberam que existe esse viés cognitivo. Além disso, perceberam que os mais incompetentes costumam subestimar os mais competentes. Assim, mostram-se mais seguros, com um sentimento maior de suas habilidades, ignorando sua ignorância.
Para aqueles que praticam o aprendizado contínuo, o conhecimento está constantemente crescendo e isso só os torna cada dia um pouco mais sábios. Mas também é inevitável que se tornem também cada dia mais humildes, pois ficarão atordoados com a quantidade de conhecimento que não possuem.
Assim, a única forma de se sentir arrogante e orgulhoso com seu conhecimento é aprender muito pouco mesmo, ou quase nada. Desta forma, seu círculo do desconhecido será também minúsculo e você terá a sensação que falta pouco para saber tudo o que há para se saber.
Moral da História: A arrogância anda sempre de mãos dadas com a ignorância. Não pare de aprender nunca, continue se desenvolvendo sempre!
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