Conheça as 6 formas de motivação

Escrito por Fabiana Bigão Silva

No ambiente de trabalho, é de interesse geral que as pessoas se sintam motivadas a realizarem suas atividades. Estudos mostram que a motivação está relacionada a um clima organizacional melhor e desempenhos melhores, bem como menor índice de faltas ao trabalho.

No ambiente profissional, é comum ouvir tanto a palavra motivação quanto a palavra engajamento, mas os termos não são sinônimos exatos. Enquanto a motivação é a intenção, o engajamento é a ação para alcançar um objetivo. Quanto à motivação das pessoas, existem dois tipos: extrínseca e intrínseca.

Se uma pessoa realmente quer ou deseja fazer algo mesmo sem receber benefícios tangíveis para isso, então ela possui motivação intrínseca. Se uma pessoa sente que ela precisa fazer algo, isso envolve motivação extrínseca, uma vez que a motivação reside fora da pessoa. Falamos mais sobre esses dois tipos em outro artigo que pode ser acessado aqui.

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As necessidades básicas das pessoas

Ryan e Deci criaram a teoria da autodeterminação, que foca nas necessidades básicas dos seres humanos que os permitem crescer e prosperar. Segundo os autores, os serem humanos são naturalmente proativos e curiosos, com desejo interno de crescimento em termos de conhecimento e de habilidades, mas o ambiente externo deve dar suporte e criar condições para a manifestação e a catalisação da motivação intrínseca. 

Essa teoria sugere que as necessidades básicas podem ser divididas em três categorias: autonomia, competência e pertencimento. Recompensas e feedbacks que conduzem a sentimentos de competência podem potencializar a motivação intrínseca porque ativam a necessidade psicológica básica desse sentimento.

Mas apenas o sentimento de competência é suficiente. Ele deve ser acompanhado de senso de autonomia. Ou seja, as pessoas devem sentir que seu comportamento é autodeterminado. Dessa forma, para ter alto nível de motivação intrínseca, os indivíduos devem experimentar a satisfação de ambas as necessidades: competência e autonomia.

Contudo, a motivação intrínseca somente ocorrerá em atividades que despertem interesse genuíno nas pessoas, e essas atividades têm forte apelo para a novidade, os desafios ou o valor estético. 

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As várias formas de motivação

Embora a motivação intrínseca seja claramente importante, infelizmente grande parte das atividades executadas pelas pessoas não são intrinsecamente motivadoras. A teoria da autodeterminação indica que a motivação extrínseca pode se apresentar de diversas formas.

As pessoas podem executar atividades por medo de sansões ou para obter aprovação externa, como também porque acreditam no valor que essas atividades possuem, mesmo que não as considerem interessantes. Os dois casos são exemplos de motivação extrínseca, mas variam em relação ao sentimento do indivíduo com a escolha por executar a atividade.

Pensando nisso, Ryan e Deci criaram a taxonomia da motivação humana, que descreve um espectro da motivação para o comportamento que pode variar do estado de desmotivação, mais à esquerda, até a motivação intrínseca, mais à direita no espectro. 

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De acordo com essa taxonomia, existem seis estilos reguladores da motivação. Os estilos são descritos abaixo, conforme apresentados na imagem da esquerda para a direita.

1. Desmotivação

O estilo desmotivação denota o estado referente à falta de intenção e vontade de agir. A desmotivação pode ocorrer quando a pessoa acredita que a atividade que ela deve realizar não tem valor, ou ela acredita que não tem competência para realizá-la.

Você já percebeu que crianças desistem rapidamente de um jogo quando acham difícil demais? Essa é uma situação de desmotivação, que também pode ocorrer quando acreditamos que a atividade que devemos realizar não vai prover um resultado esperado.

2. Regulação Externa

A regulação externa consiste do estado que representa a forma menos autônoma de motivação extrínseca. As pessoas que se encontram nesse estado são regulados por uma ameaça ou recompensa externa. Por exemplo, uma pessoa realiza uma atividade por medo de ser demitido ou apenas porque vai receber um bônus financeiro.

3. Regulação Introjetada

No estado referente à regulação introjetada, pessoas realizam atividades com sentimento de pressão, de ansiedade, para evitar culpa ou para satisfazer o ego ou o orgulho. A autoestima regula o comportamento.

Uma pessoa pode participar de um treinamento não porque acha importante, mas para mostrar às outras que está participando. Hoje em dia, vemos muitas pessoas realizando atividades apenas para postar nas redes sociais.

4. Identificação

No caso da identificação, a pessoa percebe a importância do comportamento e aceita agir. O Dr. Dráuzio Varella, conhecido médico, falou em uma entrevista que gosta de correr pelos resultados que a corrida traz, e não porque é intrinsecamente motivado a correr.

5. Regulação Integrada

A forma mais autônoma de motivação extrínseca apresentada no espectro é denominada regulação integrada. Nela, a regulação para ter o comportamento é assimilada pelo indivíduo.

Quanto mais a pessoa internaliza a razão para a execução da atividade, mais as ações motivadas extrinsecamente se tornam autodeterminadas. Esse estágio continua sendo caracterizado como motivação extrínseca, porque o comportamento ainda é motivado por seu valor instrumental externo, separado do comportamento.

6. Motivação Intrínseca

A motivação intrínseca é apresentada no espectro mais à direita e já foi abordada com mais detalhes em outro artigo que pode ser acessado aqui.

Uma pessoa pode ser originalmente motivada a executar uma atividade por meio de uma regulação externa, e sua experiência pode permitir que sua motivação seja movida para o lado direito do espectro. Da mesma forma, a motivação também pode ser movida para o lado esquerdo do espectro.

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