Este post é uma adaptação do artigo sobre emoções e comportamento da Consultora de Gestão de Carreira e Professora da FDC e da VIDDIA, Clara Lúcia Sacchetto Linhares. É impossível não se identificar com pelo menos meia dúzia de parágrafos escritos aqui.
Certa vez, um palestrante em um congresso de gestão afirmou que o homem é um ser emocional que, às vezes, age racionalmente. O palestrante, de forma muito bem humorada, ratificou sua teoria com o exemplo do beijo na boca. Pense bem, a sensação do “french kiss” é maravilhosa, mas se pensarmos racionalmente, é bastante nojento, uma troca constante de cuspe! Em seu estado normal, você cuspiria em sua mão e depois lamberia? Pois é, com esse exemplo ele tentou provar o ponto dele, que somos eminentemente dados a emoções e elas têm um papel importante em nossas vidas.
As 5 emoções
São as emoções que nos fazem únicos, é o nosso comportamento emocional que nos diferencia uns dos outros. Quando nossas emoções são perturbadas, elas contribuem significativamente para as desordens psicológicas. Numerosos esforços têm sido promovidos para limitar e definir um conjunto fundamental ou básico de emoções. A pesquisa identifica cinco emoções consideradas básicas: Medo, Alegria, Raiva, Tristeza e Afeto/Amor.
Essas cinco emoções aparecem no ambiente de trabalho? Com certeza. Fico com raiva depois de receber uma avaliação de desempenho negativa. Tenho medo de ser demitido em consequência de corte de pessoal. Fico triste quando um colega sai da empresa para trabalhar em outra cidade. Fico alegre/feliz por ter sido escolhido o funcionário mês. Sinto afeto por meus colegas de trabalho, no que se refere a respeito e cuidado com eles.
Quando estamos sob efeito de qualquer emoção, expressamos as mais diversas reações. Por exemplo, algumas pessoas, sob efeito do medo, paralisam; outras se agitam. Algumas pessoas, quando estão com raiva, se calam, outras falam excessivamente, e assim por diante.
O fato é que as emoções provocam em nós reações que, com certeza, interferem no nosso comportamento. Já falamos sobre como a personalidade pode impactar seu trabalho em outro artigo que pode ser acessado aqui. Este artigo trata mais especificamente sobre as emoções.
A diferença entre sentimentos, emoções e humores
Sentimentos, emoções e humores são três termos intimamente interligados. Sentimento é um termo genérico que engloba uma ampla variedade de sensações que as pessoas experimentam. É um conceito abrangente que envolve tanto as emoções como os humores.
As emoções constituem-se em sentimentos intensos direcionados a alguém ou a alguma coisa. As emoções são reações a um objeto, e não um traço do caráter. São específicas do objeto. Você demonstra suas emoções quando está “feliz com alguma coisa, bravo com alguém ou com medo de alguma coisa”. Assim, quando um colega de trabalho o critica pela forma como atendeu um cliente, você pode ficar zangado com ele. Isto é, você demonstra emoção (raiva) em relação a um objeto específico (seu colega).
Por fim, os humores são sentimentos que em geral são menos intensos que as emoções e não possuem estímulo contextual. Eles não são dirigidos a um objeto. As emoções podem transformar-se em humores quando perdem o foco do objeto contextual. Em um dia dia, você pode se sentir um tanto irritado, de maneira geral. Não consegue atribuir essa sensação a nenhum episódio específico; apenas se sente esquisito, diferente. Esse estado de espírito descreve o humor.
Esforço emocional
Um termo que vem ganhando importância no estudo do comportamento organizacional é o esforço emocional. Todo profissional despende um esforço físico e mental quando coloca seu corpo e sua capacidade cognitiva na realização de uma tarefa.
O conceito de esforço emocional foi primeiramente desenvolvido com relação ao trabalho no setor de serviços. Espera-se, por exemplo, que comissários de bordo sejam alegres, atendentes de serviço fúnebre sejam tristes e médicos sejam neutros emocionalmente.
Mas, hoje em dia, esse conceito parece ter relevância em quase todos os setores. Espera-se, por exemplo, que você seja cortês, e não hostil, em suas interações com os colegas. E espera-se que os líderes utilizem o esforço emocional para obter o comprometimento dos liderados.
Quase todo grande discurso possui apelos emocionais que despertam sentimentos nos ouvintes. À medida que avançarmos, você vai perceber que, diante da crescente importância do esforço emocional como fator-chave para o desempenho eficaz, o entendimento das emoções passou a ter maior relevância no estudo do comportamento organizacional.
Emoções sentidas x emoções demonstradas
O esforço emocional cria dilemas para os trabalhadores quando suas atribuições exigem que exibam emoções que são incongruentes com seus verdadeiros sentimentos. Na realidade, trata-se de uma situação muito comum. Por exemplo, você pode achar muito difícil conviver amigavelmente com todos no seu ambiente de trabalho.
Talvez considere a personalidade de alguém um tanto desagradável. Talvez tenha conhecimento de que falam mal de você pelas costas. Independentemente disso, seu trabalho exige interação com essas pessoas cotidianamente. Assim, você se vê forçado a fingir simpatia.
Para compreender melhor as emoções, podemos separá-las em sentidas e demonstradas. As emoções sentidas são aquelas genuínas para o indivíduo. Ao contrário, as emoções demonstradas são as requeridas pela organização e consideradas apropriadas para determinada função. Elas não são inatas; são aprendidas.
O ritual de expressão de felicidade no rosto da primeira concorrente a ser chamada no final de um concurso de miss é produto de uma regra de comportamento segundo a qual as perdedoras devem esconder sua decepção sob uma máscara de alegria pela vencedora.
Da mesma maneira, sabemos que se espera que demonstremos tristeza em funerais, mesmo que nossa opinião sobre o falecido seja péssima, e que é de bom tom expressar felicidade em casamentos, mesmo que não tenhamos nenhuma disposição para celebrações.
Os executivos eficazes aprendem a parecer sérios quando avaliam negativamente o desempenho de um funcionário e a disfarçar a raiva quando são passados para trás em uma oportunidade de promoção. E os vendedores que não aprenderem a manter-se sempre sorridentes e simpáticos, independentemente do verdadeiro estado de espírito, não terão vida muito longa nesse tipo de trabalho.
A questão básica aqui é que as emoções sentidas quase sempre são diferentes das demonstradas. Na verdade, muitas pessoas têm problemas em trabalhar com outras tão-somente porque acreditam, inocentemente, que as emoções demonstradas por elas são verdadeiras.
Isso é o que acontece em particular nas organizações em que os papéis e as situações não raro exigem que os indivíduos exibam comportamentos emocionais capazes de esconder os verdadeiros sentimentos.
O que você está sentindo agora?
Neste vídeo curto, a consultora e professora Clara Linhares fala sobre as emoções e sua importância no ambiente de trabalho.
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